Wednesday, June 07, 2006

Cercas humidas

Cresci vendo gigantes lutarem ao redor de foqueiras, diziam uns para os outros que nada podiam derruba-los. Mentiram descaradamente jurando fidelidades e prometendo viagens e aventuras espetaculares.
Cresci aprendedendo a ver o tempo passar, sentindo brisas e ventos fortes, curtindo cama ou dormindo ao relento. Viví meio que suspenso,meio que transparente...longe de mim, longe de tí!
Cresci por mim, minhas pernas correram e minhas mãos acariciaram, meus dedos tocaram e minha boca sentiu gosto, amargo e doce, frio e quente, porém sou morno, feito de ferro fundido, trancado para fora de casa em noite de frio.
De repente parei de crescer, vi o mundo me engolir e me vomitar como comida estragada, felicidade passageira e tristeza infinita, fui pequeno, medio e grande, mas agora sou um reflexo de uma sombra, expulsa e crua.
Morri, frio e escuro, lagrimas jogadas fora de mulheres que não se lembram de mim e nem do meu rosto magoado. Canalha que sou disfarcei-me de morto, não esperando de verdade morrer, mas morri e agora estou aqui.
Eu parei de crescer...

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