Sunday, October 29, 2006

O PRIMEIRO

Depois de amores, paixões e quase amor, me vem a cabeça uma cuiriosidade infantil. Por onde anda meu primeiro amor, a primeira grande paixão, sabe aquela do frio na barriga?
Será que esta muito longe, casada, com filhos e muito feliz, com sua vida normal que sempre sonhou?
Desejo que sim, e não me imporo em saber que ela não esta comigo, ne verdade fico feliz por isso, seria insuportavel nossas vidas, as diferenças eram claras e nossa separaçao e perda total de contato foi a melhor coisa, é estranho como não existe nem a amizade. Entao esse papo que todo mundo escuta, "a amizade continua", é na verdade uma grande mentira, pura besteira.
Eramos agua e óleo, mas o amor esconde tantas coisas. Ela era exatamente o oposto de mim, detestava bagunça, odiava palavrões e com certeza seria contra a vida que levo hoje, não imagino ela vendo um show meu, ou aguentando ensaios cansativos ao meu lado, muito menos noites e noites de muito alcool e ...bom deixa o resto pra lá!!
Mas tinha suas virtudes, na verdade eram muitas, o fato de não se parecer comigo a tornou exatamente a mulher que todos sonham, eu não sou o melhor exemplo de como se leva a vida, mas ela sim, sua meiguice e sencibilidade afloravam a qualquer olhar, sua beleza notavel me fazia morrer de ciumes, e sua extrema força de seduçao me deixava sem forças para lutar, me entregava a ela e a seus lençois perfumados, com um só olhar!
Mas em uma tarde de um ano que passou muito rapido, tudo terminou, de uma forma estranha, pensava-mos que seria só mais uma separaçao pra depois uma volta emocionante, mas na verdade foi a ultima vez, não tinhamos motivos para voltar, e finalmente o amor tinha acabado.
Enfim, hoje torço pra ela ter achado o cara perfeito, sua alma gemea, o cara que não fala palavrões e muito menos toque guitarra ou qulquer coisa que faça barulho. Espero que ela viva o que sempre sonhou, ter uma familia e viver normalmente com uma pessoa que acorda as seis e va dormir as vinte e duas horas, eu não consiguiria acordar na hora que vou dormir.
Eu estou aqui, o amor passou há tempos e depois desse veio outro amor e outro e com certeza virá um novo, e estou pronto pra viver, pois na vida temos de viver..nada mais que isso, simplemente viver!

Wednesday, October 18, 2006

ROSA PISADA, DOR ANUNCIADA

Hoje sem querer pisei em uma rosa, e os espinhos feriram meu pé, me virei para ver e percebi que a rosa já tinha sido pisada antes, entao senti ciumes. Ouvi uma musica antiga e chata tocar no radio, percebi que o tempo passa, pois a dois segundos atráz a canção nem era tão chata assim.
Resolvi lembrar pelas fotos como era a vida antes, decepção foi saber que a vida sempre foi assim, nem que tentemos mudar,a vida é imutável, talvez consigamos maquiar os dias e disfarçar os anos, mas a vida em sí nunca muda.
Meus caminhos ainda são os mesmos, e as ruas só brotaram mais casas, porem nunca consigo me perder, quem me dera errar uma viela e entrar por onde nunca fui.
Nos jornais, as noticias velhas se tornam machetes, na televisão o sangue continua a jorrar, e nas pessoas nas ruas, a mecanica do automatico, a inércia temperada com cequeira e a absurda falta de vontade de não sermos totalmente sem vontade própria.
Parece contradiçao? Na verdade é isso mesmo, mas ninguem percebe , não percebemos nem os dias passarem, nos perguntamos sempre com uma falsa supresa.."nossa como a semana passou rápido!?"...
A rosa que pisei, outro ja pisou, e mesmo assim estava lá para ser pisada. Ninguem lembra do seu perfume e muito muito menos de qual roseira saiu, porem o chão é algo que só vemos quando não temos mais para onde olhar...então baixamos a cabeça como gados e fingimos tristeza e desolamento, falso como cristal que não canta.
Como disse outro, outrora, povo marcado...
Eu me incluo no mundo que vivemos, me incluo com culpa e remorso de não ter varrido meu quintal, talvez assim não pisaria na rosa, ou entao, saberia ao menos que ela tinha espinhos. Mas depois que pisei, soube enfim, só nos importamos quando a dor é na gente...

SOBRE O QUE?

Programas me dizem o que fazer, a televisão ligada só para quebrar o silêncio da noite. Lá fora um ruído de chuva, mas chuva pouca, nem vale a pena fechar a janela, gosto de sentir a brisa da noite.
Passam os segundos, minutos e horas e estou parado, olhando a luz quem vem do monitor, pensando o que escrever para sanar esse vicío, meus dedos sem nexo bailam e escrevem coisas sem sentido algum, é muita tarde para as cordas no vilão gritarem sentimento, então continuo escrevendo, me viciando em palavras e frases incertas.
Se pudesse escreveria um livro, mas não tenho suficiente imaginação para isso, além do mais sobre o que seria esse livro?
Todos os livros já foram escritos, e acho que ninguem pararia para ler sobre um assunto que com certeza já escreveram. Então prefiro escrever e escrever...montar imagens e lembranças, escrever para que alguem possa ler e voltar no tempo, ou mesmo sentir que escrevo com um destino, para quem ler.

Tuesday, October 10, 2006

NÓS

Espero que um dia possamos viver plenamente os sonhos construidos com base de areia...que as ondas passem e não destrua nossos castelos frageis e sem muros altos.
Espero que um dia possamos acordar e viver nossos defeitos e virtudes sem tentar corrigir a todo momento nossas vidas.
Somos um grão, somos raizes de uma arvore não plantada..somos nós.

Monday, October 09, 2006

SOBRINHO DA MINHA TIA

Nas mais belas paisagens do mais belo céu, alguem olha por mim....
Tem olhar meigo, voz suave e entendimento de quem por toda vida entendeu a todos. Caminhou pela terra com a cabeça em pé, sofreu na pele a tristeza de que ousa viver a vida, lutou por tudo que julgava justo e nunca foi derrotada.
Hoje sou homem feito, em minhas lembranças mais claras de infancia sua imagem salta aos olhos, escutei palvras de consolo, palavras de orgulho, palavras de amor e conselhos que nunca, nem que eu tente, esquecerei...me mostrou o caminho bom, a rua sem buracos,me deu asas e abriu meus olhos, brigou comigo pr eu ter feito besteira, porem entendeu, nunca duvidou quando eu realmente falava a verdade, afinal era impossivel mentir pra ela, seu olhos não deixavam. Tinha um olhar que dizia.."Exijo a verdade..."
Quando fecho meus olhos, para pensar em coisas boas, lembro de uma senhora com vestido florido em uma cozinha, separando feijão, soprando o leite quente pra não queimar-mos a boca, contando historias de familia, olhando meus cadernos escolares...me defendendo das pessoas que duvidavam do meu carater.
Ela na terra, viveu se casou teve filhos, lutou e criou uma familia...sofreu e se levantou, venceu quando queria vencer, ficou doente e mesmo assim continuou lutando.
Não existe pessoas no mundo que tiveram um contato com ela que não lembre da sua força, da sua coragem de enfrentar a tudo, aos problemas mais dificeis ela simplesmente descobria a soluçao, não com magica, mas com verdade e sem um pingo de medo, não teve medo nem da morte, as vezes acho que a morte nunca teve uma adversaria tão forte.
E hoje quando penso em tudo que ela me fez, me bate um arrependimento de não ter falado oque deveria ser falado. Motivos não sei bem, talvez meu jeito de ser, mas tenho certeza que ela soube, porque algumas coisas não precisam ser ditas para serem sentidas.
Por isso, nas mais belas paisagens do mais belo céu, espero que ela me escute...pois não preciso gritar, basta pensar ou falar baixinho...."Tia Cida,obrigado..."

GAROA

Nas calmarias de mares antes tempestuosos me criei, ouvindo rezas e juras cheias de lagrimas eu cresci. Via o mundo sem entender, sua voltas e reviravoltas sem nexo me faziam vomitar, sentindo o gosto da amargura, dosei saudades com sonhos antigos.
Finalmene subi as escadas que me lavaram a um beco sem saida, que beco tem saida?
Palavras curtas, entendidas ao acaso, jogadas aos ventos e molhadas pela chuva. Disse e gritei, escrevi e apaguei depois, manchei maquiagens e borrei seu batom, me arrependi pelo não dito e disse depois o que depois me arrependi.
Vivo a vida como se bebe um vinho barato, doce na boca e amargo na alma, disfarço minhas alegrias para não quebrarem meu escudo arranhado. Caminho por aí, sem saber em qual esquina meus passos me levam.
Nas ondas nervosas de um mar antes tão calmo viverei, esperando marés e cantando para lua, curtindo a garoa que prevê a chuva, e que ela bata na janela fazendo musica para eu dormir.