Monday, October 09, 2006

GAROA

Nas calmarias de mares antes tempestuosos me criei, ouvindo rezas e juras cheias de lagrimas eu cresci. Via o mundo sem entender, sua voltas e reviravoltas sem nexo me faziam vomitar, sentindo o gosto da amargura, dosei saudades com sonhos antigos.
Finalmene subi as escadas que me lavaram a um beco sem saida, que beco tem saida?
Palavras curtas, entendidas ao acaso, jogadas aos ventos e molhadas pela chuva. Disse e gritei, escrevi e apaguei depois, manchei maquiagens e borrei seu batom, me arrependi pelo não dito e disse depois o que depois me arrependi.
Vivo a vida como se bebe um vinho barato, doce na boca e amargo na alma, disfarço minhas alegrias para não quebrarem meu escudo arranhado. Caminho por aí, sem saber em qual esquina meus passos me levam.
Nas ondas nervosas de um mar antes tão calmo viverei, esperando marés e cantando para lua, curtindo a garoa que prevê a chuva, e que ela bata na janela fazendo musica para eu dormir.

No comments: